segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Vagueios

Deambulo pelas ruas de Ljubljana. Esta é agora a minha casa, ou deveria ser.
O piso está molhado, devido à chuva que, de vez em quando, se lembra de fazer uma entrada em grande; para onde quer que olhe, vejo caras que nada me são familiares, nada me dizem. Tentam proteger-se do ar gelado, típico desta cidade, nos seus inúmeros agasalhos. Na minha pele somente envergo uma blusa fina, o meu casaco de cabedal e uns jeans. Não me importam os olhares atónitos, de surpresa, ou de compaixão que me são lançados pelos nativos que aqui residem. A minha mente encontra-se noutro lugar e é tudo o que me importa. O frio? Não o sinto. A chuva? Que caia, eu permanecerei imune ao seu toque gelado na minha pele.
Não posso negar que me sinto acolhida nesta cidade como se de sua filha me tratasse: a cada esquina que contorno, os meus olhos são inundados pela beleza arquitectónica de si proveniente; a diversidade cultural que aqui encontro relembra-me os turistas apressados, a pedir direcções pelas ruas da Baixa, a apontar a estátua de Camões em sinal de admiração, ou até mesmo a encontrarem a calma e a paz por que há tanto ansiavam, à beira do Tejo.
No espaço de apenas uma semana conheci pessoas fantásticas, que se entreolham como uma família; sei possuir aqui um lugar especial. No entanto, muito difícilmente encontrarei aqui a casa que encontro em Lisboa.
Muito difícilmente encontrarei noutra pessoa a casa que encontro em ti.

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